Normalmente os mecânicos que escolhem trabalhar na aviação comercial podem atuar na pista (aeroportos onde a companhia aérea opera) em turnos de seis horas ou nos hangares de manutenção em turnos de oito horas.
Nos hangares o trabalho é dividido em linhas. Atualmente existem três linhas abertas no Hangar em Viracopos, Campinas-SP.
O Aeroporto de Viracopos é o principal hub da Azul. De lá que partem a maioria dos seus voos. Por esse motivo fazia sentido que Campinas abrigasse sua principal estrutura de manutenção, o Hangar MRO VCP que nasceu no ano de 2020, em plena pandemia.
MRO é parte do nome do Hangar. O significado dessa sigla é ‘Maintenance, Repair and Overhal’, ou seja, ‘Revisão, Reparos e Manutenção’.
A escolha de um nome para o Hangar que não levantasse a bandeira da Azul teve como objetivo atender a frotas de outras companhias aéreas internacionais. E pensando grande a Azul criou o conceito Tec Ops, passando a ter a Força Aérea Brasileira como cliente em 2023 por intermédio da fabricante Airbus e desenvolvendo contatos com a intenção de atender a TAP – Transportes Aéreos Portugueses e a BOA – Boliviana de Aviacion.
O Hangar MRO VCP ocupa uma área de 35 mil metros quadrados construídos, com capacidade para abrigar 8 aeronaves A-320 simultaneamente. Possui onze oficinas: estruturas, pintura, aviônica, interiores, supervisão de motores, supervisão NDT, baterias, oxigênio, equipamento de emergência, usinagem, rodas e freios.
A Azul realiza a manutenção da sua frota de Airbus e Embraer E2 em Viracopos e a manutenção da sua frota de Embraer E1 e ATR no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.
A Azul tem planos para ampliar essa estrutura através da construção de um hangar exclusivo destinado a pintura e outras atividades, o que aumentaria a capacidade para mais quatro linhas, elevando de cerca de 500 para 1000 postos de trabalho quando tudo ficar pronto.
O Hangar MRO VCP é certificado pela ANAC através do RBAC 145 e possui ainda outras certificações internacionais. Um dos seus maiores esforços é evitar o AOG, sigla que corresponde a Aircraft on Ground, ou seja, aeronave no solo. Para isso, é necessária uma constante engenharia de aquisição ou construção de peças, destacando que as empresas fabricantes de componentes nem sempre têm estoques a pronta entrega.